“Os aspectos emocionais em crianças em tempos de pandemia” foi tema de mais um curso da Escola do Legislativo Profª Neuzice Barreto de Lima nesta quinta-feira, 8, através do aplicativo Zoom. Desta vez, quem comandou a palestra foi a psicóloga Suêne dos Santos Feitosa.
Para a profissional, trabalhar as emoções das crianças é fundamental independente de pandemia. De acordo com Suêne, entender, orientar os sentimentos das crianças e se necessário procurar ajuda de um profissional é evitar que cresça um adulto com problemas.
“Existe uma situação que gera uma emoção e depois uma reação”, explicou definindo emoção.
Diante desse contexto, a psicóloga durante a aula tratou sobre emoções e sentimentos diversos. “Dependendo da situação, a emoção provoca reações no nosso corpo como coração acelerado ou respiração mais ofegante”, exemplificou. Segundo Suêne, as emoções têm papel social e vão mediar as relações. A partir disso, “Não podemos afirmar que uma emoção é boa ou ruim, ela pode ser agradável ou desagradável, pois ela tem funções nos nossos dias”, completou.
De forma lúdica, a psicóloga usou o exemplo do filme infantil “Divertida mente” para ilustrar e explicar alguma das emoções do ser humano: alegria, tristeza, medo, nojo, raiva e amor. “É preciso dizer que as crianças muitas vezes estão exercendo uma modelagem dos adultos que convivem e em outras, as crianças desenvolvem transtornos a depender da situação em que estão vivendo, a exemplo da pandemia”, atentou.
Alterações na pandemia
Suêne afirmou que alterações bruscas de rotina como as provocadas pela quarentena, pode acarretar mudanças psicológicas nas crianças. “Em crianças, há relatos de pacientes que ficaram bastante irritados, depressivos, com alteração de sono, apetite ou de humor e até agressivos”, citou. Uma das causas, segundo a psicóloga é a falta de rotina com horários definidos, exposição excessiva a jogos eletrônicos, computadores, celular e televisão, como também alteração da rotina familiar.
Para a psicóloga, os adultos devem estabelecer prioridades, horários e limites mantendo o equilíbrio e o diálogo com as crianças. “Existem coisas negociáveis como horário de usar os eletrônicos e as coisas inegociáveis que é a hora do banho, escovar dentes e refeições que as crianças devem entender e cumprir”, explicou.
Um dos pontos tocados por Suêne são os prejuízos causados pela falta de rotina do sono. “Tem casos de crianças dormindo demais ou não dormindo nada. As duas situações implicam em prejuízos no aprendizado das crianças, pois, é com uma noite bem dormida que as crianças armazenam tudo que aprenderam durante o dia”, afirmou. Outra questão abordada foi sobre a ansiedade infantil e seus sintomas: dificuldade em prestar atenção, alteração de sono, preocupação com coisas ruins, bruxismo, sentir pouca energia, vontade de chorar, dores nos braços e nas pernas, mãos soadas e aflição, escapes de xixi noturno, medo, comer demais ou ausência de fome e irritabilidade.
Por fim, a psicóloga infantil orientou que a hora de procurar um profissional capacitado quando as crianças apresentarem comportamento alterado de forma intensa e freqüente. “Na dúvida, os pais ou cuidadores das crianças podem procurar um profissional da Psicologia para melhor orientar”, finalizou.