Passageiros enfrentam exposição ao sol e chuva, abrigos sem estrutura básica e projetos que ignoram as necessidades reais da população.

Em uma cidade onde o transporte público é vital para milhares, esperar pelo ônibus tornou-se um teste diário de resistência para muitos aracajuanos. A reportagem do Canal Viva Bem percorreu vários pontos da cidade, principalmente em áreas periféricas e constatou uma realidade de abandono: abrigos insuficientes, sem iluminação, sem placas indicativas e muitos sem sequer um banco para sentar.
Os passageiros ficam completamente expostos à inclemência do sol e da chuva. Muitos dos abrigos existentes, instalados ou projetados pela gestão municipal, são criticados por quem mais precisa deles. “Viraram peça decorativa sem funcionalidade”, desabafa uma passageira, Nadja Silva. “É bonito de longe, mas não te protege do vento, da chuva e muito menos do sol da tarde.”

O problema, no entanto, não é novo. Os primeiros abrigos de ônibus instalados em Aracaju, ainda pela antiga SMTU, eram de concreto e resistem há mais de trinta anos. Enquanto essas estruturas históricas ainda servem a alguns, em outras regiões a situação é de total descaso.

Um exemplo emblemático está no Jardim Recreio, no bairro Santa Maria. Moradores da localidade mostram a precariedade: a placa indicativa do ponto de ônibus está fincada dentro de um terreno baldio, presa a um pedaço de madeira. A cena é um retrato fiel do abandono, onde o poder público parece ter se esquecido de seu dever básico com o cidadão.

Para Seu Antonio dos Santos, morador da comunidade, relata que já se acostumou com a situação, porque não acredita que a realidade mude. “Já moro aqui há muitos anos minha filha, e ninguém faz nada”, disse o aposentado desolado.
A nossa reportagem buscou informações junto a SMTT e foi informada pela assessoria de comunicação que uma equipe iria ao local verificar o problema e acrescentou que a prefeitura está fazendo a substituição dos abrigos e instalando novos por toda a cidade.
A falta de abrigos adequados não é apenas uma questão de conforto, mas de saúde pública e cidadania. Enquanto isso, os usuários do transporte seguem na espera, literalmente, por um pouco de sombra e dignidade.
Reportagem: Alexandra Brito

