A mobilidade e a frequência de dores em pessoas idosas vêm sendo estudadas por pesquisadores na área de fisioterapia, os quais buscam entender as causas e os modos de desenvolvimento dessas dores, bem como formas de tratamento e prevenção. Algumas destas pesquisas são desenvolvidas pela fisioterapeuta Milena de Jesus da Silva, professora e preceptora de Gerontologia e Ortopedia do curso de Fisioterapia da Universidade Tiradentes (Unit), que também é aluna do Doutorado em Ciências da Saúde na Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Ela se dedica ao assunto desde 2016, quando começou a fazer o curso de graduação em Fisioterapia e participou de um projeto de iniciação científica que estudou como a combinação de duas técnicas utilizadas em sessões fisioterápicas, a mobilização neural e o alongamento passivo, podem favorecer e melhorar a amplitude de movimento do joelho em pessoas idosas ativas. Outro projeto de iniciação, entre 2019 e 2020, investigou a influência cognitiva no alinhamento dos membros inferiores (quadril, coxas, pernas e pés) durante a realização do teste Step Down em jovens sedentárias. O objetivo foi avaliar um treinamento sensório motor educativo, como forma de fortalecimento dos músculos e da mobilidade destes membros.
Esta pesquisa foi o ponto de partida para o seu trabalho de conclusão de curso na Unit, que estudou a correlação das dores musculares e esqueléticas com a prática de atividade física durante o período de isolamento social imposto durante a pandemia da Covid-19, entre 2020 e 2022. “Existia na época uma necessidade de estudos que correlacionassem a dor músculo-esquelética e a prática de atividade física antes e durante o isolamento social, para a gente avaliar e analisar as relevâncias desses dados perante a saúde da sociedade. O que a gente observou foi o aumento das dores dessas pessoas que estavam em isolamento social e tinham alguma outra comorbidade em relação à sua saúde geral, com a redução da frequência das atividades físicas nesse período”, disse Milena.
A partir destes trabalhos de iniciação científica realizados durante o curso na Unit, pelo qual se formou em 2021, Milena adotou a “terceira idade” como foco em sua atuação profissional, tanto como fisioterapeuta clínica, na área da gerontologia, como nas pesquisas de pós-graduação da UFS. A dissertação de mestrado foi sobre perfil, percepções e barreiras de idosos brasileiros sobre os serviços de atendimento por telessaúde, muito demandados durante a pandemia. Já a tese de doutorado, que está em andamento e deve ser defendida em 2027, debruça-se sobre a dor lombar crônica em idosos e avalia a viabilidade de um programa de exercício de pilates por telereabilitação e por atendimento presencial para idosos nesta condição.
Ambas as pesquisas são orientadas pela professora-doutora Josimari Melo de Santana, que também fez graduação em Fisioterapia na Unit e é pós-doutora pela Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. “Em relação ao impacto desses estudos, na verdade, ele contribuiu imensamente para o avanço dos conhecimentos, a melhoria da qualidade de vida da população e a resolução de alguns problemas que a gente levantou em questão na época. Elas buscaram levar mais informação, mais educação para a nossa sociedade, de alguma forma, melhorar a qualidade de vida dessas das pessoas, no geral. A pesquisa científica tem o potencial de ter um impacto significativo na sociedade, ajudando a resolver problemas, contribuindo para melhorias da saúde”, avalia a professora da Unit, que classifica o período de mestrado e o doutorado como uma sequência do caminho iniciado na graduação.
Ascom Unit