Desde dezembro passado, a Prefeitura de Aracaju passou a ofertar mais uma ação humanizada voltada para a saúde da população. Implementado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) é o olhar da rede municipal de saúde dentro da casa dos pacientes que, devido ao seu quadro mais estável, possuem as condições de deixar o leito de hospital para ser acompanhado em sua residência, com o mesmo cuidado e dedicação por parte das equipes multidisciplinares.
Atualmente, 21 pessoas estão são acompanhadas pelo SAD, mas, desde sua implementação na rede municipal, 47 pessoas já puderam receber o serviço que conta com oito equipes, sendo seis de atendimento médico e duas de apoio, compostas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais.
O olhar humanizado, no entanto, parte ainda da unidade hospitalar, quando as equipes, após extensa avaliação, identificam que o paciente pode ter um cuidado continuado, porém, dentro de sua casa. Hoje, inclusive, pacientes que estão em recuperação de covid-19 também passaram a receber o atendimento do serviço; no momento, cinco contam com o SAD.
“Essa é uma forma até de desafogar os leitos de hospital e as unidades de retaguarda, além de poder fazer com que o paciente possa ter um cuidado em seu seio familiar, na acolhida de sua casa, e isso também ajuda, ao longo do tratamento”, ressalta a coordenadora do SAD, a enfermeira Aline dos Santos.
Assim, o serviço absorve pacientes das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Fernando Franco e Nestor Piva e das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), assim como dos leitos de retaguarda para covid-19 das UPAs, do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) João Alves Filho, do Hospital São José e do Hospital Santa Isabel.
“No caso de covid, são pacientes que precisam de uma assistência pontual. Por exemplo, aquele que, num exercício de fisioterapia, apresenta um desconforto, ou mesmo os que já estão com um quadro estável e só precisam continuar com medicações e acompanhamento. Já os demais casos, são pessoas com patologia aguda, como um paciente acamado que apresentou escara ou uma infecção urinária. Algumas infecções são tratadas a nível venoso, então, imagina tirar um idoso acamado de casa só para tomar uma medicação venosa. Em situações como essa, o SAD é indicado”, afirma a enfermeira.
Estrutura e visita
Se o paciente tiver condições, tanto clínicas quanto ambientais e socioeconômicas de ser admitido pelo SAD, é liberada a transferência e ele entra no regime de internação domiciliar. É levado para casa e, a partir daí, é aberto o cronograma de visita, as quais dependem de cada caso.
“Admitimos o paciente e nessa admissão vai toda a equipe técnica que vai traçar o plano terapêutico, sendo que ele pode receber visita todos os dias, duas vezes na semana ou, no mínimo, uma vez por semana. Portanto, depende do que cada profissional vai delinear. No entanto, o SAD funciona de segunda a segunda, das 7h às 19h, e sempre estamos à disposição, mesmo nos dias que o paciente não tiver visita marcada, se for o caso”, esclarece Aline.
Para que a transferência de uma unidade hospitalar para casa possa ser realizada, alguns pontos são observados pelas equipes, a exemplo da luminosidade, para ver se é possível realizar os procedimentos clínicos; se a ventilação é adequada, assim como o piso; e se tem, de forma geral, condição de receber e manter a mobilidade correta dos pacientes dentro de casa. Se tudo isso estiver dentro dos padrões, o atendimento domiciliar é indicado. Caso não tenha, paciente é mantido em internação hospitalar.
“Outro ponto que deixamos claro para a internação domiciliar é se o paciente terá cuidador em casa, ou mesmo um familiar que estará com ele durante todo o dia, isto porque esses pacientes precisam sempre estar acompanhados. Nossa intenção é a de garantir o melhor serviço e atendimento possível ao paciente, sempre de forma humanizada, olhando o seu quadro de forma integral e também específica para que, se indicado o SAD, não haja complicações depois de ser transferido para casa”, completa a coordenadora.
Fotos: André Moreira