No mês de dezembro temos o início do verão e o cuidado com a pele deve ser redobrado durante esse período. Por isso, foi criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia a Campanha Dezembro Laranja, mês de conscientização e prevenção ao Câncer de Pele, tipo de câncer que mais acomete a população. A Onco Hematos, que integra o Grupo da AMO (Assistência Multidisciplinar em Oncologia), destaca a importância de reforçar o cuidado com a exposição excessiva ao sol e realizar a prevenção e o diagnóstico do câncer de pele.
De acordo com o dermatologista da Onco Hematos, Charles Godoy, o alerta de prevenção é para o ano todo, não apenas para o verão. “Os números do Instituto Nacional do Câncer (Inca) vêm cada vez mais aumentando. Cerca de 200 mil novos casos vão ocorrer no Brasil esse ano, sendo cerca de 177 mil novos casos de câncer de pele não melanoma e cerca de oito, dez mil casos de melanoma”, explicou.
Câncer de pele melanoma e não melanoma
Segundo o dermatologista, o câncer de pele melanoma surge de uma célula chamada melanócito, que é a célula que dar cor a pele, segundo ele, normalmente surge de uma pinta preta. “É uma manchinha escura e aquela lesão vai alterando de cor, se modificando e as células que estão proporcionando o pigmento estão se desenvolvendo. Essa mancha pode sangrar, coçar, doer, aumentar de tamanho e mudar de cor, que já são sinais de alerta para investigar”, afirmou o dermatologista, destacando que esse tipo de câncer pode ter fatores genéticos.
Já o câncer de pele não melanoma, é o mais frequente e de menor mortalidade, pois tem alta taxa de cura se detectado e tratado precocemente. Os sinais e sintomas surgem principalmente em regiões mais expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço e surgem como manchas na pele que pode coçar, arder, descamar e até sangrar, normalmente faz uma pequena ferida que não cicatriza. “O câncer de pele não melanoma, normalmente surge com uma mancha vermelha no rosto, que vai criando um carocinho, que pode formar um aspecto perolado e depois pode começar a sangrar”, disse.
Fatores de risco e prevenção
O principal fator de risco para o câncer de pele é a excessiva exposição ao sol. A recomendação do dermatologista é evitar a exposição ao sol entre as 10h e as 16h, onde os raios ultravioletas são mais resistentes, mesmo em período nublado. “Mas se tiver que se expor ao sol, independente do horário é preciso utilizar o filtro solar. No rosto, pode ser usado um filtro solar mais seco para evitar gerar acne. Lembrar que o filtro solar leva um tempo, cerca de 30 minutos para começar a funcionar e tem que repor em torno de duas ou três horas. Outro fator de risco é a pele branca, ela tem chance maior de câncer cutâneo por ter menos pigmentos”, acrescentou.
Ainda segundo Charles Godoy, outra forma de prevenção, além do protetor solar, são as camisas de proteção solar, óculos de sol, bonés ou chapéu. “Lembrando que o fator do protetor solar depende muito da pele, se for uma pele muito clara, muito branca, que tem problema de pele serve o FPS 60, mas para quem tem pele normal, o FPS 30 é ideal”.
Diagnóstico e tratamento
Para Dr. Charles, o profissional dermatologista normalmente faz o diagnóstico com uma lupa microscópica ou através da biopsia para avaliar se há alguma alteração ou célula maligna no local. “Dependendo do tipo do câncer, apenas retirando a mancha já está curado ou com uso de cremes também serve para tratar e eliminar alguns tipos de câncer. O quanto antes tratar, o mais precoce que for o diagnóstico, mais fácil será a forma de abordagem e tratamento”, finalizou.
Ascom/Onco Hematos