Dentre as doenças crônicas não transmissíveis, o câncer é a segunda causa de morte no Brasil e no mundo, perde apenas para as mortes por doenças cardiovasculares. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) são cerca de 600 mil casos novos de câncer no Brasil nos últimos anos. Nesta segunda-feira, 4, Dia Mundial contra o Câncer, a Clínica Onco Hematos reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.
Criado em 2005 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial do Câncer (World Cancer Day), tem como tema da Campanha deste ano "Eu Sou e Eu Vou",com o objetivo de evitar milhões de mortes a cada ano por meio do aumento da conscientização e da educação sobre a doença, além de chamar a atenção de governos em todo o mundo para que se mobilizem pelo controle do câncer.
Entre os tipos de câncer não melanoma, os mais frequentes entre as mulheres são o de mama, colo de útero e intestino, respectivamente. “Os três possuem programas de rastreamento populacional para detecção precoce, por meio de mamografia, colpocitologia oncótica (Papanicolau) e colonoscopia”, ressalta o oncologista Thiago Menezes.
Vale ressaltar que o exame Papanicolau deve ser feito por mulheres entre 25 e 64 anos que já iniciaram atividade sexual. Após dois exames normais anuais, deve ser repetido a cada 3 anos. Meninas entre 9 e 13 anos o Ministério da Saúde também incluiu a vacinação contra HPV no calendário nacional. Já a colonoscopia para rastreamento de câncer de intestino deve ser feita a partir dos 50 anos e, se normal, repetir após 10 anos.
Entre os homens
Com exceção do câncer de pele não melanoma, os três tipos de câncer mais comuns em homens são os de próstata, pulmão e intestino, respectivamente. Esses três tipos de câncer perfazem 48,5% dos casos no público masculino.
Segundo o urologista André Yoichi, apesar de mais frequente, o câncer de próstata apresenta a menor taxa de mortalidade entre eles (seis mortos para cada grupo de 100 mil habitantes), sendo o câncer de pulmão o tipo que apresenta a maior taxa de letalidade (11,99 pessoas para cada grupo de 100 mil habitantes). O tabagismo é a principal causa de câncer de pulmão, e está relacionado a 85% dos casos desta doença.
O urologista alerta que, no Brasil, ainda permeia a cultura entre os homens de não procurar assistência médica de forma regular e preventiva, negligenciando os cuidados com a sua própria saúde. “Nos três tipos mais comuns de câncer citados, a detecção precoce realizada através de exames de rotina para os grupos de risco pode representar a diferença entre a cura da doença ou o óbito. Um exemplo que também serve de incentivo para os homens são as taxas de cura para câncer de próstata em até 90% dos casos quando detectados em estágios iniciais”, frisa o urologista.
Hábitos saudáveis
Além da avaliação periódica e preventiva, é muito importante a prática de hábitos de vida saudáveis. “Incentivar um estilo de vida saudável, com redução do consumo de bebidas alcoólicas, carne vermelha e alimentos processados, aumentando a ingestão de frutas e vegetais, contribuem para reduzir o risco de câncer, principalmente de intestino”, salienta André Yoichi, reforçando a importância de também praticar atividades físicas regulares.
Dia Nacional da Mamografia
E na terça-feira, 5, será celebrado o Dia Nacional da Mamografia, com o intuito de sensibilizar as mulheres sobre a importância em realizar o exame. O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e a mamografia é o método mais eficiente para detectar precocemente a doença.
“O exame deve ser realizado a cada dois anos para todas as mulheres a partir dos 50 anos, segundo o Ministério da Saúde ou a partir dos 40 anos, conforme Sociedade de Mastologia”, destaca o oncologista Thiago Menezes, chamando atenção para a importância de realizar o exame devido ao grande impacto na redução da mortalidade pelo câncer mais prevalente e incidente nas mulheres.
“Nesse rastreio conseguimos fazer o diagnóstico precoce da lesão maligna e até em fases pré-malignas onde muitas vezes apenas com a cirurgia conservadora de mama alcançamos a cura, sem necessidade de tratamentos mais agressivos como cirurgias mutilantes, radioterapia ou protocolos de quimioterapia tóxicos”, complementa.
Ascom/Onco Hematos