No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, celebrado neste sábado, 24, equipes das Diretorias de Vigilância em Saúde (DVS) e da Atenção à Saúde (DAS) promoveram uma ação de orientação e busca ativa dos sintomáticos respiratórios na praça dos mercados municipais de Aracaju. A ideia foi abordar os transeuntes e convencê-los a coletar material biológico para fazer o teste rápido molecular da tuberculose (TRM/TB).
De acordo com a técnica responsável pelo Programa Municipal de Controle da Tuberculose (PMCT), Léa Matos da Silveira, esta ação foi pensada para lembrar à sociedade da luta contra a doença, além de promover o diagnóstico precoce, dando início ao tratamento e quebrando a cadeia de transmissão. "As pessoas devem ter consciência de que a tuberculose existe, que tem tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem cura. É uma doença muito estigmatizada, onde o preconceito ainda é muito grande, o que dificulta a adesão do paciente ao tratamento. Essa é a doença infecciosa que mais mata no mundo e é a que mais mata portadores de HIV/Aids", alertou.
A técnica explicou que a dificuldade da adesão está muito ligada à condição socioeconômica. "O tratamento é feito por seis meses e o paciente precisa ingerir quatro comprimidos em jejum, que às vezes causam reação. Então quem não tem uma condição socieconômica de poder estar se alimentando bem, é muito fácil desistir deste tratamento. No entanto, após 20 dias de início do tratamento, a pessoa deixa de transmitir a doença", enfatizou.
Parceria
A atividade também contou com uma parceria dos Programas Consultório na Rua e de Redução de Danos. "Nós somos parceiros sempre, no dia a dia do nosso trabalho. Temos um número alto de pessoas em situação de rua com tuberculose, até pela situação de vulnerabilidade, de exposição, pela condição insalubre mesmo em que vivem. Então neste dia, nada mais justo do que nós estarmos aqui no mercado, um local onde se concentra muitas pessoas, não só moradores de rua, mas feirantes, transportadores de mercadorias, enfim, indivíduos que têm mais exposição. Por isso estamos fazendo esta captação potenciais pacientes, com orientações e alertas de que existe tratamento e que não se pode deixar de cuidar da Saúde", esclareceu a técnica responsável pelo Programa Consultório na Rua, Kamila Fialho.
O aposentado Adelson Xavier dos Santos, 71, foi abordado pela equipe e resolveu fazer a coleta de escarro para fazer a baciloscopia. "Eu estou sempre por aqui, e como a moça me disse que quem está tossindo há mais de três semanas e com febre no final da tarde, resolvi fazer o teste para saber como está a minha saúde. Se eu estiver com a doença faço logo o tratamento", garantiu.
A dona de casa Sandra Ferreira foi ao mercado fazer a feira da semana e viu o estande montado na praça. "Quis saber o que a prefeitura estava ofertando e gostei da iniciativa, porque assim posso ficar mais bem informada e passar adiante. Graças a Deus estou bem, mas se eu perceber alguém tossindo por mais três semanas, já vou mandar ir a uma unidade de saúde para fazer o teste rápido", elogiou.
A doença
A tuberculose é uma doença infecciosa transmitida pelo bacilo de Koch através de gotículas da saliva, tosse ou espirro da pessoa infectada. O tratamento tem duração de seis meses, e os dois primeiros meses é de fase intensiva com o uso de quatro drogas combinadas. "Os outros quatro meses são de manutenção do tratamento. No entanto, tem que fazer o tratamento correto durante os seis meses, pois se a pessoa parar de tomar os medicamentos por 30 dias, tem que iniciar tudo do zero, o que pode fazer com que ele crie resistência à medicação, principalmente à Rifampicina que é uma das quatro drogas. Nos últimos anos, o índice de multidroga resistente vem aumentando bastante e devemos evitar", alertou Léa.
Todas as 44 unidades de saúde da família fornecem os medicamentos gratuitos, como também os hospitais municipais Nestor Piva e Fernando Franco. "No Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar) do Siqueira Campos existe o serviço de referência em tuberculose onde são atendidos os pacientes multirresistentes, as crianças menores de 10 anos, e pacientes com comorbidades (que têm hipertensão, diabetes e vírus HIV). Também é lá que está localizado o laboratório municipal, onde são realizados os testes rápidos, que dão o resultado em até 24 horas", completou a técnica do PMCT.
Fonte: Ascom/SMS