Foto: Márcio Garcez Em relatório divulgado na manhã desta sexta-feira, 11, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) registrou queda de 45% no número de colisões de veículos em Sergipe ocorridas nos dez primeiros dias de julho, em comparação ao mesmo período no mês de junho. De acordo com os dados consolidados pelo Serviço a pedido do Ministério da Saúde (MS), nos primeiros 10 dias de junho houve 38 colisões e, de 1 a 10 de julho, o número caiu para 21. A quantidade de capotamentos de veículos também diminuiu. Nos primeiros 10 dias de junho houve uma média de 6,3 capotamentos e no mesmo período de julho, pós Lei Seca, ocorreram quatro. Um decréscimo de 36,5%. Ao todo, durante os 30 dias de junho aconteceram 113 colisões e 19 capotamentos. A Lei 11.705, popularmente conhecida como Lei Seca, foi publicada no Diário Oficial de 20 de junho de 2008, prevê multa no valor de R$ 955,00 e até a perda da carteira de habilitação por um ano do motorista que tiver ingerido bebida alcoólica e for pego dirigindo. Para Conceição Mendonça, coordenadora de enfermagem do Samu 192 Sergipe, a Lei Federal veio para conscientizar a população, de maneira firme, sobre os perigos de misturar álcool e direção. “Uma das grandes doenças do Brasil é o grande número de traumas em acidentes de veículos associados à bebida alcoólica. Muitos jovens estão morrendo no trânsito e, a meu ver, a lei é muito boa porque o motorista que dirige embriagado não põe apenas a vida dele em risco, mas a dos outros”, enfatizou Conceição. Custos De acordo com a planilha de custos do Samu 192 Sergipe, a saída de cada viatura de Suporte Avançado (USA), com média de 30 minutos até a chegada num município próximo, representa para a Secretaria de Estado da Saúde (SES) um investimento de aproximadamente R$ 250. Se a cidade for ainda mais distante, com localização superior à uma hora de distância, esse valor chega a triplicar. As cifras em reais correspondem à soma de gastos com combustível, condutor da ambulância, médico, enfermeiro e transporte de equipamentos. A depender da gravidade com que se apresentam, os acidentes no trânsito tendem a demandar vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apontam que no Brasil, uma diária em UTI custa em média R$ 2,5 mil aos cofres públicos. Números O Samu 192 Sergipe prestou 5.840 atendimentos de urgência e emergência no mês de junho. Deste total, 306 atendimentos foram realizados durante os festejos juninos em 16 municípios sergipanos. De janeiro até junho deste ano, o Serviço prestou 33.595 assistências a pacientes no Estado. De acordo com o relatório mensal de estatísticas do Samu Sergipe, foram realizados 591 atendimentos em eventos. Desde janeiro de 2007, as equipes do Samu já atenderam 76.665 chamados. Durante o mês de junho, os pacientes adultos com problemas cardíacos e vasculares somaram 2.223 atendimentos, os pacientes traumáticos que se envolveram em acidentes foram 1.522 e 1.249 crianças com problemas clínicos foram atendidas pelo Samu 192 Sergipe. O número de trotes continua muito alto, das 21.735 chamadas telefônicas recebidas pelo Serviço, 50% eram trotes. “Isso faz com que as ambulâncias saiam e não gerem atendimentos, causando muitos prejuízos para o Samu Sergipe”, completou. Segundo o relatório, ocorreram 239 saídas de ambulâncias que não geraram atendimentos. Deste número, 28 pessoas recusaram atendimento, 146 foram removidas por leigos, 12 já tinham se evadido do local, 14 pacientes não existiam (trote), houve 15 endereços não localizados e 24 pacientes já não apresentavam sintomas, os chamados assintomáticos. Parceria O Samu 192 Sergipe mantém uma parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) desde fevereiro do ano passado. No Posto de Comando de São Cristóvão, há uma Unidade de Suporte Básico (USB) da PRF com uma equipe do Samu Sergipe de prontidão. No mês de maio, foram atendidas 40 pessoas vítimas de acidentes da Rodovia BR-101 e, em junho, este número aumentou para 51. “O acréscimo aconteceu em virtude do período junino”, explicou Conceição Mendonça.