No mês de março, mês da mulher, a Onco Hematos alerta para a saúde da mulher durante a pandemia da covid-19 e destaca que os principais tipos de câncer com maior incidência nas mulheres brasileiras são o câncer de mama, câncer de intestino e câncer de colo de útero.
De acordo com a oncologista e paliativista da Onco Hematos, Erijan Andrade, em Sergipe, o câncer de colo de útero é o segundo mais incidente. “Temos estimados para casos novos de câncer de mama, em Sergipe, 530 e 240 casos novos de câncer de colo do útero em 2020”.
Ainda segundo a oncologista, devido a pandemia, várias pacientes não fizeram seus exames anuais. “Temos pacientes chegando agora em 2021 com casos mais avançados devido a falta de condições de fazer os exames preventivos, já que muitas clínicas tiveram que fechar por vários motivos”, explica.
“Sempre alerto que o câncer não espera. E sabemos que o câncer de mama não tem nenhum exame que faça a prevenção, o que fazemos é um diagnóstico precoce. Quanto menor o câncer tiver mais fácil será o tratamento e melhor serão os resultados. Então, toda mulher a partir dos 40 anos, segundo a Sociedade de Mastologia, precisa fazer a mamografia anualmente. Para o Ministério da Saúde a sugestão é fazer aos 50 anos, mas já sabemos que essa idade precisa ser revista”, alerta Erijan, ressaltando que a ultrassonografia mamária pode servi como exame complementar.
Fatores de risco
Um dos maiores fatores de risco para o câncer de mama é a idade. “Por isso a importância de fazer a mamografia a partir dos 40 anos. Além disso, também são fatores de risco consumo de álcool, tabagismo, mulheres que demoraram muito a ter filhos, que usaram reposição hormonal por mais de cinco anos. E como fatores de proteção temos o aleitamento materno, gravidez com idade mais nova”.
Tratamentos
Com relação ao tratamento do câncer de mama, a oncologista orienta que pode ser tratado dependendo do avanço da doença. “Podemos tratar com quimioterapia, radioterapia ou bloqueio hormonal”.
Medicações orais
Erijan informa também uma nova forma de tratamento de câncer de mama através de medicações orais. “No dia 25 de fevereiro, saiu uma nova lista de medicação pela Agência Nacional de Saúde, a agência reguladora dos planos de saúde, com novas medicações para o câncer, que são medicações orais. Apesar de já termos esses medicamentos, antes não eram disponibilizados pelos planos de saúde, agora, as mulheres com planos de saúde podem fazer o tratamento tomando o medicamento de casa, sem precisar ir para a clínica. É um tratamento moderno no mundo e facilita muito para o paciente que não precisaria da medicação venosa”.
Com relação aos efeitos colaterais, os medicamentos orais são mais toleráveis. “Um deles pode dar diarreia, e todos eles podem sim dar um pouco de enjoo, mas que pode ser controlada com outras medicações. Além disso, as medicações podem baixar um pouco a imunidade, mas não há a queda de cabelo. Sabemos o quanto isso é importante para as mulheres, além da perda da mama, que também é muito difícil”, acrescenta a oncologista, destacando que há outras medicações como essas que são para tratamento de outros tipos de câncer e enfatizou que no SUS este tratamento ainda não está disponível.
Câncer de colo do útero
Sobre o câncer de colo do útero, a oncologista destaca que diferente do câncer de mama pode ser evitado e prevenido, através da realização do exame de Papanicolau, mais conhecido como exame de lâmina. “Através do exame é possível ver a lesão e quando mais cedo diagnosticado maior a chance de tratamento. Também temos uma grande arma na prevenção do câncer de colo do útero que é vacina do HPV, que é o maior fator de risco para este tipo de câncer. A vacinação está disponível pelo SUS para as meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos, em duas doses”.
Ascom/Onco Hematos