A Caixa Econômica Federal já soma recursos da ordem de R$ 3,3 bilhões em crédito nas operações de microcrédito, sistema que disponibiliza recursos para a população de baixa renda. Desde a criação do produto em 2002, 12 milhões de contratos foram firmados em todo o país e beneficiou trabalhadores, tanto do setor formal, quanto do informal.
Somente no ano passado, o banco emprestou R$ 1,1 bilhão em 3,5 milhões de contratos, um salto de 63,61% em relação ao valor emprestado em 2007. Nos dois primeiros meses de 2009, a instituição liberou cerca de R$ 102 milhões em crédito, distribuídos em 304.642 operações. A expectativa é fechar o ano com mais de R$ 1,5 bi em empréstimos.
“O microcrédito é a prestação de serviços financeiros adequados e sustentáveis para uma população excluída do sistema financeiro tradicional, com a utilização de produtos, processos e gestão diferenciados”, destaca o vice-presidente de Pessoa Física da CAIXA, Fábio Lenza.
Pelo sistema, a CAIXA oferta cinco produtos diferenciados, criados para atender as mais diversas necessidades da população. Tratam-se do Micro-Penhor; Crédito CAIXA Fácil Rotativo; Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO); Microcrédito CAIXA Mandato e Microcrédito CAIXA Repasse.
O MicroPenhor, por exemplo, trabalha com juros de 1,7% a.m. e é voltado para quem não tem saldo médio em conta corrente ou aplicação financeira acima de R$ 3.000,00 na CAIXA ou em outros bancos. O empréstimo está limitado em R$ 1.000 por pessoas e o valor médio do crédito é de R$ 238,00. Pela modalidade, o banco emprestou nos últimos dois anos mais de R$ 1,6 bilhão e beneficiou 670 mil pessoas em todo Brasil. Hoje, a operação representa 25% dos contratos da carteira de Penhor.
Pelo Crédito Caixa Fácil Rotativo, disponibilizado na conta simplifica CAIXA Fácil, o banco contabiliza mais de dois milhões de pessoas com o empréstimo já pré-aprovado, o que corresponde a mais de R$ 400 milhões em limites disponível. Até agora 163 mil pessoas já utilizaram a linha, no valor total de R$ 55 milhões. O valor liberado é progressivo, sendo o primeiro de R$ 200,00 e podendo chegar a R$ 1.000,00. A taxa de juros é de 2% ao mês.
Parceria sustentável
O microcrédito Mandato e o Repasse funcionam em parceria com Instituições de Microfinanças (IMF), conveniadas à CAIXA. São 26 empresas que repassam os recursos e o público-alvo é empreendedores populares (pessoa física e jurídica), dos setores formal e informal da economia. Mais de R$ 35 milhões já foram emprestados pelos dois produtos e cerca de 11 mil pessoas foram beneficiadas.
Pelo Mandato, a operacionalização do produto é delegada às instituições parceiras e todas as etapas para liberação do crédito, ou seja, do atendimento até a assinatura do contrato, são de responsabilidade da CAIXA. Já no caso do Repasse, o banco disponibiliza os recursos para empresa e ela trabalha de acordo com as regras do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), repassando os recursos aos microempreendedores. Os créditos não podem ultrapassar R$ 10 mil por tomador e os juros não podem ser maiores do que 3,9% a.m.
O PNMO foi instituído pelo governo federal em 2004, com o objetivo de prover as IMF de funding, oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e também de recursos advindos do depósito compulsório (exigibilidade). O programa é destinado para atividades produtivas baseado no relacionamento entre a instituição de microcrédito e o empreendedor, por meio de agentes de créditos.
“Essa parceria ajuda a CAIXA a chegar até os empreendedores que atuam na informalidade e que vivem à margem das operações bancárias por falta de condição de manter conta em instituição de crédito. O banco oferece, sem burocracia, capital capaz de lhes atualizar o instrumento de trabalho”, explica Lenza.