Explicamos como e por que você deve respirar melhor, um assunto urgente em tempos de Covid-19 e desafios mentais
Já ouviu falar que, na maioria das vezes, pecamos nas pequenas coisas ou nos detalhes? Talvez seja esse o caso da nossa respiração. Não estamos puxando e soltando o ar direito, isso quando não somos vítimas de alergias, infecções, roncos e outros sufocos.
Eis a sensação com a qual saí do livro Respire: A Nova Ciência de uma Arte Perdida (Editora Intrínseca), do jornalista James Nestor, um best-seller nos Estados Unidos recém-chegado ao Brasil. Nestor fez experimentos consigo mesmo, falou com especialistas que vão de otorrinos e dentistas a arqueólogos, praticou ioga e mergulho, conversou com pessoas capazes de fazer derreter o gelo em volta de si num frio congelante apenas com a modulação da respiração…
Há frases e histórias que soam exageradas, mas o fato é que a ciência vem (re)descobrindo o potencial de inspirar e expirar o ar em prol da nossa saúde física e mental. Como o título da obra indica, isso não é nada novo. A ioga prega o papel central da respiração há milênios.
Se você ler A Árvore do Yoga, do mestre indiano B.K.S. Iyengar (Editora Mantra) — não sou praticante, mas admiro seus preceitos e quem os segue —, verá que na base dessa filosofia estão as posturas, a meditação… e a respiração.
Nestor explica, ao longo do seu livro, como muitos de nós estamos aspirando e expulsando o ar de um jeito longe do ideal. Quer exemplos? Gente que respira pela boca (é o nariz que deveria mandar nesse aspecto), ronca, vive com as narinas entupidas, anda cansada ou até mesmo ansiosa demais.
O livro alça voo, claro, com a pandemia de uma doença infecciosa cujo alvo principal são as vias aéreas. E com essa outra epidemia de transtornos mentais que ganha impulso na rabeira da primeira.
Poxa, Diogo, lá vêm vocês complicando as coisas e insinuando que desaprendemos a respirar… Não, longe de mim querer complicar um mundo já complicado. A ideia aqui é parar, respirar fundo, soltar o ar, oxigenar a cabeça e olhar para o básico — algo que na pauleira do dia a dia não fazemos, e, às vezes, nem os profissionais conseguem nos orientar.
Pois zelar pela respiração é sinônimo de cuidar do corpo… e da mente. Aliás, um capítulo à parte, como você verá, é a conexão entre os pulmões e o cérebro, e, não à toa, é possível apaziguar a tensão controlando o entra e sai do ar.
Ou, como diz um livro infantil sobre o tema, A Mágica da Respiração, de Christopher Willard e Wendy O’Leary (Editora Caminho Suave): “Se você parar para pensar, vai perceber que os sentimentos vêm e vão, assim como o ar que você respira”.
Fonte: Por Diogo Sponchiato/Portal VEJA SAÚDE.