Quem nunca sofreu de dor de cabeça? Seja como sintoma de algum outro mal ou por estresse, trata-se de algo que afeta ou já afetou grande parte dos indivíduos ao redor do mundo. Não é por acaso, que os seus primeiros registros datam de 6.000 a.C. Hoje, já se sabe que ela tem suas variações e a mais conhecida é a enxaqueca. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaléia (SBCe), esse problema atinge 20% das mulheres e de 5% a 10% dos homens. Também conhecida como migrânea, a enxaqueca é o segundo tipo de dor de cabeça mais freqüente, como explica a neurologista clínica Luciane Baptista da Silva Rodrigues, cooperada da Unimed Vale do Aço. Ao contrário de uma simples dor, trata-se de uma doença neurológica que não surge como sintoma de outros males. A neurologista explica que ela é acompanhada de outros sintomas como “sensibilidade à luz (fotofobia) e ao barulho (fonofobia), e às vezes também aos cheiros (osmofobia); náuseas e vômitos”. Além destes, existem outros menos freqüentes. “São os chamados de aura: distúrbios visuais, como perda de parte do campo visual ou visão de pontos brilhantes ou escuros (escotomas), e distúrbios sensitivos (dormência ou formigamento afetando um lado do corpo). A aura costuma ocorrer antes do início da dor, durando alguns minutos, no máximo uma hora”, explica. Ao enfrentar um quadro assim, o melhor é ter uma dose de rotina e hábitos saudáveis. “A privação ou excesso de sono e irregularidade da alimentação com períodos prolongados de jejum podem desencadear crises. A prática regular de atividades físicas, a redução do estresse no dia-a-dia, o lazer, enfim, a busca por qualidade de vida pode ajudar quem sofre com dores de cabeça crônicas a ter seu quadro melhorado”, recomenda. Além disso, analgésicos, antiinflamatórios e substâncias específicas para enxaqueca são prescritos. Perceber se há “precipitantes” ajuda a definir o melhor tratamento. Para isso, quem sofre da doença, deve procurar observar se a dor coincide com o consumo de alguns alimentos como chocolates, queijos ou ainda bebidas alcoólicas. Fora isso, os médicos recomendam o chamado diário da dor. Por meio dele, o paciente vai demarcando os horários, intensidade e se está associada a jejum, menstruação, estresse, ansiedade, dentre outros fatores. As anotações definem também se o medicamento tem surtido efeito e quais outros fenômenos estão associados como náuseas e vômitos. “O diário da dor é útil para identificar o padrão das crises e sua real freqüência, bem como monitorar a resposta ao tratamento, sendo muito importante para o acompanhamento do paciente”, indica a médica. Simples dor de cabeça ou enxaqueca? A dor de cabeça, mais comum, é chamada de cefaléia do tipo tensional. Em geral, a pessoa não tem sintomas associados, quando isso ocorre trata-se de foto ou fonofobia. “Ela freqüentemente está associada a situações de ansiedade, alterações do sono e do padrão alimentar, distúrbios do humor, mas também ocorre sem um fator desencadeante aparente”, explica a neurologista. Desta forma, a cefaléia do tipo tensional é geralmente pontual e não provoca dores por um longo tempo, ao contrário da enxaqueca, que pode desencadear crises de quatro a 72 horas. Fonte: Unimed do Brasil