O câncer de colo do útero é um dos tipos de neoplasia que mais preocupa os oncologistas clínicos. Isso porque no Brasil, ocupa o ranking do terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina e a quarta maior causa de morte de mulheres por câncer no país. Neste mês, a campanha Março Lilás chama atenção para a necessidade de conscientização e prevenção da doença.
Para a oncologista Gisélia Tavares, da Clínica Onco Hematos, que integra a Rede AMO – Assistência Multidisciplinar em Oncologia, o câncer de colo de útero é muito incidente e é causado principalmente pela infecção do HPV (Papilomavírus Humano). O vírus é transmitido por contato sexual, que pode levar ao surgimento de verrugas na região genital e do colo de útero. “Essas células podem se transformar em células malignas. O vírus HPV possui 13 subtipos, sendo dois subtipos que são mais oncogênicos e que levam a formação de câncer, que são os tipos 16 e 18”, afirma.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) registraram que entre 2020 e 2022 foram estimados cerca de 16 mil novos casos no país. Já em Sergipe, a estimativa de casos para este ano é de 220 novos casos.
Segundo Gisélia Tavares, cada vez mais cedo as mulheres estão desenvolvendo o câncer de colo do útero, principalmente na faixa etária dos 40 anos e por isso a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. “Precisamos fazer a prevenção bem antes do início da vida sexual. Além do uso do preservativo (feminino ou masculino) nas relações sexuais, a vacinação contra o HPV nas crianças é uma das principais formas de prevenção. Pelo SUS, a vacina é oferecida para meninos e meninas de 9 a 14 anos e para pacientes imunocomprometidos, ou seja, pacientes com câncer, com HIV, transplantados entre 9 e 45 anos”, explica a oncologista.
Sinais e sintomas
A médica também orienta as mulheres com vida sexual ativa a ficarem atentas aos sinais da doença. “Os sintomas são variados, pode acontecer sangramentos vaginais intermitentes, que vão e voltam; sangramento vaginais após a relação sexual; alguma secreção vaginal anormal; dores pélvicas, principalmente após a relação sexual; desconforto urinário recorrente; além de perda de peso”.
Diagnóstico e tratamento
Para diagnóstico da doença, é necessário que a mulher realize o exame preventivo, que é o exame de lâmina (papanicolau). “Esse exame é muito importante para a detecção precoce do câncer de colo de útero, pois se achar alguma lesão suspeita, o ginecologista pode realizar um outro exame chamado colposcopia, que tem uma visão direta do colo do útero através de aparelhos de aumento”, acrescenta Dra. Gisélia.
Segundo o Ministério da Saúde, o exame pode ser realizado entre mulheres de 25 e 64 anos. Mas a oncologista reforça que as mulheres com menos de 25 anos que tem vida sexual ativa precisam procurar o ginecologista mais cedo para avaliar se já é necessário realizar esses exames. “Se a lesão for inicial, é possível realizar tratamentos cirúrgicos com a retirada da lesão e levar a cura, mas quando o estágio for um pouco mais avançado, geralmente é feito o tratamento de quimioterapia e radioterapia. As chances de cura são muito altas quando detectado o tumor precocemente”, finaliza.
Foto e fonte: Ascom
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