Por Vinícius Andrade e Alexandra Brito
Dormir bem é uma das grandes recomendações para garantir a saúde e a qualidade de vida. Acontece que, já há mais de um ano, a pandemia da covid-19 causou uma bagunça no mundo todo e em toda a população: mudou rotinas, impôs o distanciamento físico, gerou insegurança financeira de forma que impactou diretamente nos momentos de dormir.
Diante disto, surgiu nos últimos meses, o termo “coronasônia”. A expressão se refere, basicamente, ao aumento de relatos insônia em todo o mundo durante a pandemia, explica Moara Rocha, fisioterapeuta do sono e vice-presidente da Associação Brasileira do Sono Regional Sergipe.
O distúrbio é caracterizado pela dificuldade para começar a dormir, para manter o sono, ou o despertar precoce durante, pelo menos, três vezes na semana por três meses e com prejuízos diurnos, completa a especialista.
“O principal distúrbio do sono gerado com a pandemia é a insônia, em conjunto com a dificuldade que as pessoas estão tendo para iniciar o sono ou até mesmo para manter o sono, aqueles que acordam no meio do sono e não conseguem dormir mais, e isso tem gerado um estresse muito grande. Há também o quadro de ansiedade, essa parte nervosa do sistema nervoso das pessoas tem afetado e levado a desenvolver a insônia”, completou.
Moara ainda relata que a partir do surgimento da pandemia do novo coronavírus, foi gerada uma insônia, denominada por Coronasônia. “Com a pandemia, teve confinamento, distanciamento do trabalho, dos entes queridos, teve desemprego, preocupação com a renda. Tudo isso aumentou o estresse, que é um dos fatores de risco para o problema”, pontuou a fisioterapeuta.
O que é ‘coronasônia’ e por que ela está relacionada à pandemia?
A pandemia e o confinamento aumentaram os distúrbios do sono — algo que os especialistas já chamam de “coronasônia”.
Para eles, a “coronasônia” é definida como o fenômeno que atinge pessoas em todo o mundo quando experimentam insônia relacionada ao estresse causado pela vida em confinamento.
Na China, as taxas de insônia aumentaram de 14,6% para 20% durante o bloqueio mais estrito. Na Itália, foi observada uma “prevalência alarmante” de insônia clínica. E, na Grécia, quase 40% dos entrevistados em um estudo de maio apresentaram insônia.
Alguns de seus sintomas são cansaços, irritabilidade, falta de concentração ou ansiedade durante grande parte do dia.
Como combater a “coronasônia”
– Uma forma de superar e combater a insônia são conhecê-la e evitar as situações que causam e geram mais ansiedade ou sono ruim à noite.
– A prática de ioga, meditação e exercícios físicos são antídotos muito eficazes contra a insônia relacionada ao coronavírus.
– Tentar aumentar a dopamina, a serotonina ou as endorfinas, que são algumas das chamadas substâncias químicas da felicidade e atuam no cérebro.
– Descanse pelo menos 8 horas, faça uma alimentação saudável, caminhe na natureza, pratique hobbies.
Aprenda a enfrentar os seus medos. Você não será capaz de superar a insônia até que enfrente tudo o que te causa medo e você possa superá-la com convicção.
– Crie um ambiente descontraído no quarto. Ele deve ser condicionado para facilitar o descanso. É aconselhável regular a intensidade da luz e evitar a televisão ou outros aparelhos que não contribuam para criar um clima de relaxamento.
– Procure ir para a cama sempre na mesma hora e após um banho quente. São hábitos saudáveis que o ajudarão a preparar seus mente para o descanso.
– Por fim, é altamente recomendável ir à terapia com um profissional de psicologia que conheça esse tipo de transtorno e o ajude a superá-lo com ferramentas específicas.
Com informações do portal Nova Mulher.