No período junino cresce o alerta para os cuidados contra lesões por queimaduras. Essa é a época do ano em que as pessoas costumam acender fogueiras e soltar fogos, o que eleva o risco de acidentes. E para falar sobre esse tema, Magna Santana entrevistou no Programa Viva Bem deste domingo, 11, a cirurgiã plástica Moema Santana, que falou sobre os riscos de queimaduras durante esse período. O Viva Bem vai ao ar todos os domingos na Fan FM 99,7.
Aqui no estado, o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), unidade da Rede Estadual de Saúde que é referência em atendimentos de média e alta complexidade, conta com um setor especializado no atendimento a vítimas de queimaduras. A Unidade de Terapia de Queimados (UTQ) do Huse funciona 24 horas, com 14 leitos. Ao dar entrada na unidade, os pacientes são acompanhados por uma equipe multidisciplinar e, a depender da necessidade, recebem cuidados de cirurgiões plásticos, enfermeiros, clínicos e pediatras. Somente em junho do ano passado, 86 pessoas foram atendidas vítimas de queimaduras, a maioria por fogo de artifício.
De acordo com a cirurgiã plástica Moema Santana, coordenadora da Cirurgia Plástica do Huse, em caso de queimaduras, algumas medidas iniciais devem ser tomadas para evitar que o ferimento piore. “De imediato, a pessoa deve colocar a área queimada embaixo de água corrente por aproximadamente entre cinco ou dez minutos para que saia qualquer sujeira ou fuligem. É extremamente importante que isso seja feito assim que se sofreu a queimadura para evitar mais prejuízos ao paciente”, disse a cirurgiã plástica.
Em muitos casos as pessoas insistem colocar produtos caseiros sobre o ferimento. Como a pele está muito exposta devido à queimadura, o uso desses produtos pode agravar ainda mais a situação do paciente. “Muita gente passa pomada ou pasta d’água e isso deve ser evitado. Esses produtos podem agravar ainda mais a queimadura. Para os médicos é muito difícil remover este material para o início do processo cicatrização. O melhor a ser feito é lavar com água, envolver a região ferida com pano seco e limpo e trazer a pessoa imediatamente para o pronto-socorro”, destacou Moema Santana.
Outro caso que preocupa bastante nesta época do ano é a amputação de membros por explosões de fogos de artifício. Somente em junho do ano passado, das 86 pessoas atendidas, aproximadamente 20% tiveram partes da mão amputadas por conta desses acidentes. Moema Santana ressalta que em situações como essa a calma deve prevalecer para que os primeiros socorros sejam iniciados. “Imediatamente essa parte do corpo deve ser lavada com água em abundância, retirando o máximo de pólvora que se conseguir. Isto deve ser feito porque a pólvora, mesmo após algum tempo, continua reagindo e queimando o paciente. Se isso for feito de imediato, vai garantir que a queimadura não se agrave no caminho para o pronto socorro”, ressaltou a cirurgiã plástica.
Com informações da SES