A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um parecer de alerta a diversos países sobre o aumento da resistência do vírus HIV aos medicamentos de combate à doença. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre IST/AIDS (Unaids), em um comunicado emitido no mesmo dia, o Brasil é citado como um desses países com crescente no caso, aumentando em mil novos casos de 2010 para 2016. Em Sergipe há pacientes com resistência, entretanto de acordo com a Secretária de Estado de Saúde não é um número alarmante.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, jovens entre 15 e 24 anos estão entre os que menos utilizam o preservativo. A não utilização da camisinha é o maior responsável pelo aumento de pessoas com Aids no país. De 2006 a 2015 essa taxa mais que triplicou entre pessoas de 15 a 19 anos, subindo de 2,4 para 6,9 casos para cada 100 mil habitantes. Já na faixa etária de 20 a 24 anos, a proporção dobrou com 33,1 casos para cada 100 mil habitantes atualmente.
Segundo o coordenador do programa IST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Almir Santana, essa resistência é adquirida geralmente por pessoas que deixam, por algum motivo, de tomar os medicamentos corretamente. "A falta de adesão ao tratamento, consumir bebidas alcóolicas, ou usar drogas nesse período de combate a doença influência no fortalecimento do vírus, tornando-o resistente", explica o médico.
O médico Almir Santana explica a importância dessas atividades para a diminuição no número de casos das doenças transmitidas por meio das relações sexuais. "Realizamos palestras educativas com adolescentes nas escolas dos municípios, com o objetivo de alertar sobre a importância da camisinha na relação sexual. Em festas também é comum realizarmos ações, para que os jovens mudem as atitudes atuais e possam viver com mais qualidade, disse.
Ainda segundo o médico, alguns municípios sergipanos, a exemplo de Nossa Senhora do Socorro, Estância, Itabaiana e Campo do Brito, estão com
uma crescente no número de casos registrados. "Não chega a ser alarmante, mas detectamos o crescimento em alguns municípios de Sergipe, então considero importante estarmos atentos e conversarmos com os adolescentes sobre os riscos".
"Quem tem o vírus tem que se preocupar com a prevenção e evitar a relação sem camisinha para não proliferar o HIV. Os que não possuem, vale ressaltar ainda mais a importância da camisinha , pois eles podem se relacionar com algum portador e não ter consciência disso", finalizou o médico.
Concurso
Como forma de alerta e discussão sobre os riscos das infecções sexualmente transmissíveis, o Governo Federal lançou, na última quinta-feira, 20, um concurso que elegerá a nova embalagem de camisinha masculina que é distribuída gratuitamente nas unidades de saúde de todo o Brasil. As inscrições são feitas pela internet até o dia 11 de setembro e o candidato deverá cursar design gráfico, publicidade, arquitetura ou desenho industrial.